“Ambos viemos de famílias de classe média baixa e, desde o começo, pensamos em guardar dinheiro para dar aos nossos filhos aquilo que não tivemos na infância. Eu sempre estudei em colégio estadual e o melhor tênis que tive foi um Kichute”, afirma o pai de dois filhos pequenos.
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A fórmula do casal para ficar milionário envolveu uma disciplina rígida desde quando ambos passaram a trabalhar, no início dos anos 1990. Eles chegavam a guardar 50% do que recebiam, mesmo quando o orçamento era apertado. “A gente se adaptou a um padrão de vida e, quando passamos a ganhar mais, mantivemos esse padrão”, diz Falcone.
Cada bem ou serviço adquirido pela família de lá para cá – o que inclui a casa em que moram atualmente, em Curitiba – foi fruto de muito planejamento e estudo. “Temos uma vida normal. Não deixamos de fazer nada. Nossa lua-de-mel foi em Buenos Aires e eu estudei inglês nos Estados Unidos”, afirma Falcone. “A diferença é que a gente se programa para fazer as coisa.”
Com o tempo, a dupla de poupadores contumazes foi aprendendo a fazer investimentos mais sofisticados, como a bolsa de valores e os fundos imobiliários. “A gente começou com o basicão, que são os fundos de investimentos”, diz Falcone. “É bom salientar que a gente não ganhou rapidamente na bolsa. Foi a aplicação das sobras do nosso orçamento que nos fez chegar lá.” O patrimônio do casal atingiu a casa do milhão de reais em 2007 – mesma época em que Falcone e Regina resolveram contar a experiência em livro (veja biblioteca básica sobre como juntar R$ 1 milhão).
Mesmo tendo condições de ficar sem trabalhar por um longo período, graças aos rendimentos de seus investimentos, Falcone está pronto para voltar ao mercado de trabalho, enquanto sua mulher, também engenheira, permanece empregada na iniciativa privada.
Calil nasceu numa família paulistana de classe média alta, mas garante que sua fortuna é fruto do próprio trabalho e das decisões que tomou na gestão de seus investimentos. “Eu já ganhava bem, mas resolvi permanecer morando na casa dos meus pais até os 30 anos”, afirma. “Só saí de lá quando consegui comprar meu próprio lugar.”
Ele também se aproveitou dos benefícios oferecidos pelas empresas nas quais trabalhou para poupar. “Eu usava um carro da empresa, que também pagava os almoços que eu fazia com clientes.” Em alguns momentos, Calil chegou a conseguir poupar 90% do que ganhava. O primeiro milhão e a independência financeira vieram pouco antes dos 30 anos.
Para se manter em atividade, Calil resolveu passar a dar aulas, palestras e consultoria sobre finanças pessoais, tema que também o inspirou a escrever um livro (veja aqui). As regras de ouro, segundo ele, são poupar pelo menos 30% da renda todos os meses e conseguir obter pelo menos 1% de rendimento real por mês sobre o dinheiro investido (isso quer dizer que é preciso descontar a inflação e as taxas cobradas pelos bancos e corretoras para se chegar ao valor líquido conseguido). Também é preciso, claro, ter paciência para ver o bolo crescer e chegar à casa do milhão.
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